Quando os deuses se encontravam reunidos para celebrar as núpcias de Tétis e de Peleu, Éris (a Discórdia) lançou para o meio deles uma maçã de ouro, dizendo que ela deveria ser dada à "mais bela" das três deusas: Atena, Hera e Afrodite. Gerou-se a confusão; ninguém queria encarregar-se de escolher entre as três divindades, e Zeus ordenou a Hermes que conduzisse Hera, Atena e Afrodite ao monte Ida, onde Páris julgaria a questão. Ao ver as deusas aproximarem-se, o jovem teve medo e quis fugir. Mas Hermes persuadiu-o de que nada tinha a recear, e explicou-lhe a situação, ordenando-lhe que desempenhasse as funções de juiz, em nome da vontade de Zeus. Então, uma após outra, as três deusas advogaram perante ele a sua própria causa. Cada uma lhe prometeu a sua protecção e alguns dons especiais, se ele decidisse a seu favor. Hera assegurar-lhe-ia o domínio de toda a Ásia; Atena prometeu-lhe a sabedoria e a vitória em todos os combates; Afrodite limitou-se a oferecer o amor de Helena de Esparta. Páris decidiu então que era Afrodite a mais bela. (...)
O Julgamento de Páris, 1632-1635, Peter Paul Rubens |
Páris amava uma Ninfa, mas, assim que Afrodite lhe prometeu o amor de Helena, abandonou a ninfa e partiu para o Peloponeso, na Grécia, em companhia de Eneias, segundo reza a tradição. Logo que aí chegou, foi bem recebido por Menelau que o apresentou a Helena, sua esposa, a qual depressa caiu nos braços de Páris, que acabou por fugir com ela em direcção a Tróia.
In Pierre Grimal, Dicionário de Mitologia Grega e Romana (tradução de Victor Jabouille), Lisboa, Difel.
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