A Deusa Vesta

Deusa romana de caráter muito arcaico, a Deusa Vesta preside ao fogo do lar doméstico.

No templo de Vesta, 1902,  Holscher Constantin

Em Roma, as discípulas da deusa Vesta tinham de manter a castidade e zelar para que o fogo que protegia as famílias da cidade nunca se apagasse. O fogo queimava numa pira protegida pelas paredes do templo da deusa Vesta, no monte Palatino. Ninguém imaginava como é que a labareda, que homenageava a divindade encarregada de zelar pela união das famílias da Roma antiga, era mantida acesa. O mistério da chama só era conhecido por poucas pessoas, nomeadamente as Vestais: meninas que, após fazerem um voto de castidade, deviam servir à deusa durante trinta anos. Ocupados com as tarefas do quotidiano, os romanos viviam protegidos por uma chama. "Por uma luz que nunca se apagava." *


The Smiths, There is a light that never goes out

* Música sugerida pela aluna Sofia Miguel.


Uma vez selecionadas, as sacerdotisas da deusa Vesta deveriam passar três décadas isoladas do convívio em sociedade. Viviam cercadas pelos muros altos do templo, localizado nas colinas romanas. Na verdade, a chama do templo era mantida acesa sob disciplina militar. Nos primeiros dez anos de serviço, as vestais estudavam: aprendiam latim, histórias sobre a vida de Vesta e questões de Estado. Nos dez anos seguintes, a tarefa principal era mais prática: revezar-se para alimentar a chama. A última década era voltada ao ensinamento: deveriam passar o seu conhecimento para as novatas. Ao todo, entre as mais velhas e as mais jovens, o templo abrigava 18 sacerdotisas.


* Material usado na aula de dia 2 de Dezembro de 2011, a propósito do texto Venvsta Sempronia (página 88 do Manual). 

"Histórias do País de Helena"


Helena de Tróia, 1898, Evelyn de Morgan

Histórias do País de Helena

Havia marinheiros
No país de Helena
Que morriam ao pôr do sol
E havia Helena que sonhava
Fazer um dia tranças às
ondas
E um berço muito grande

para o mar


* Material usado na aula de dia 2 de Dezembro de 2011.

O cinema e a mitologia: Helena de Tróia


Excertos do filme Helena de Tróia ( TV 2003 ), de John Kent Harrison.


*Material usado na aula de dia 2 de Dezembro de 2011.

"A Bela Helena"



«A bela Helena era uma flor de massapão
(...)
E como a Helena era formosa
Com a ajuda da beleza e da deusa da paixão
Escolheu só um
Deixou os dois sofrendo em vão»


 B Fachada, «A Bela Helena»

* Material usado na aula de dia 2 de Dezembro de 2011.

O Rapto de Helena

Quando os deuses se encontravam reunidos para celebrar as núpcias de Tétis e de Peleu, Éris (a Discórdia) lançou para o meio deles uma maçã de ouro, dizendo que ela deveria ser dada à "mais bela" das três deusas: Atena, Hera e Afrodite. Gerou-se a confusão; ninguém queria encarregar-se de escolher entre as três divindades, e Zeus ordenou a Hermes que conduzisse Hera, Atena e Afrodite ao monte Ida, onde Páris julgaria a questão. Ao ver as deusas aproximarem-se, o jovem teve medo e quis fugir. Mas Hermes persuadiu-o de que nada tinha a recear, e explicou-lhe a situação, ordenando-lhe que desempenhasse as funções de juiz, em nome da vontade de Zeus. Então, uma após outra, as três deusas advogaram perante ele a sua própria causa. Cada uma lhe prometeu a sua protecção e alguns dons especiais, se ele decidisse a seu favor. Hera assegurar-lhe-ia o domínio de toda a Ásia; Atena prometeu-lhe a sabedoria e a vitória em todos os combates; Afrodite limitou-se a oferecer o amor de Helena de Esparta. Páris decidiu então que era Afrodite a mais bela. (...)

O Julgamento de Páris, 1632-1635, Peter Paul Rubens 

Páris amava uma Ninfa, mas, assim que Afrodite lhe prometeu o amor de Helena, abandonou a ninfa e partiu para o Peloponeso, na Grécia, em companhia de Eneias, segundo reza a tradição. Logo que aí chegou, foi bem recebido por Menelau que o apresentou a Helena, sua esposa, a qual depressa caiu nos braços de Páris, que acabou por fugir com ela em direcção a Tróia.

In Pierre Grimal, Dicionário de Mitologia Grega e Romana (tradução de Victor Jabouille), Lisboa, Difel.